Sinto como se conhecesse por onde andaram seus pés cansados e soubesse para onde vai cada passo seu. Viajei dias por atraves do seu olhar, e meu dedos conhecem cada ruga de seu rosto. Imito todos os seus tiques como uma dança, explico suas gírias e enumero suas manias repetidas. Leio cada movimento seu como se eu fizesse da mesma maneira há séculos. Saboreio cada mistério que te cerca, persigo seu cheiro por onde vai, e conheço cada nó de seu cabelo. Conto histórias de suas cicatrizes, aperto onde dói, e engrandeço o que já teria esquecido. Criamos, juntos, um mundo de fantasias para consumir mais e mais do outro, e nos distruimos quando não temos mais saída.
Depois de tanto tempo descobrindo do que você era feito, acabei nos matando. E mesmo te cercando e te seguindo, você ainda me escapa entre os dedos ao menor golpe de vista. Não te perco, não te tenho, te conheço... mas mesmo assim já não nos reconhecemos mais.
[ “O amor já está, está sempre. Falta apenas o golpe de graça – que se chama paixão.” – Clarisse Lispector. ]
Depois de tanto tempo descobrindo do que você era feito, acabei nos matando. E mesmo te cercando e te seguindo, você ainda me escapa entre os dedos ao menor golpe de vista. Não te perco, não te tenho, te conheço... mas mesmo assim já não nos reconhecemos mais.
[ “O amor já está, está sempre. Falta apenas o golpe de graça – que se chama paixão.” – Clarisse Lispector. ]
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