quarta-feira, 31 de março de 2010

Amanhã...

Ela saiu correndo, abriu os braços e olhou para cima instintivamente. Girou e girou até que suas pernas ficaram bambas. Com as mãos no joelho, recuperou o fôlego, e após uma última encarada para a imensidão estrelada sob sua cabeça, apertou os olhos e fez um pedido com um meio sorriso escondido no canto da boca. Ninguém além dela sabia o que havia desejado no momento, ninguém além dela sabia o que tinha no papel que apertava contra o peito. Com os olhos cheios de esperança e determinação, tentou disfarçar uma lagrima que calou com um sorriso. Ela, como tantas outras vezes, sabia que havia chego a hora. Mas ao invés de lutar, berrar e resistir; decidiu pela primeira vez seguir em frente. E foi assim que ela partiu...
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["Uma vez eu tive uma ilusão e não soube o que fazer, não soube o que fazer com ela... não soube o que fazer..." - Marisa Monte]

segunda-feira, 22 de março de 2010

(des)Fragmentada

Hoje eu sou ímpar. Me sinto como uma cópia de um quadro abstrato, colorido em um mundo daltônico, um cristal trincado. Você me fez assim quando simplesmente escolheu não estar lá. Agora quem vai recolher o resto do meu coração partido? Também já não estou mais lá, na verdade nem sei mais onde estou ou quem sou. Um colar de diamantes brutos, boto em alto mar, um lobo adestrado, girassol sem par? Você me fez em pedaços de coisas inacabadas.

Me enganando

Pelo menos eu tentei, pela primeira vez; esperei , tive paciência, criei oportunidades, tentei não sabotar. Ao menos tive a chance de tentar ser correspondida, testar novas experiências, dividir meu tempo sem ser egoísta, poder compartilhar. Por menos já tinha esquecido, largado mão, feito barraco e jurado nunca mais ligar, chorar ou pensar. Com menos tempo já tinha me conformado,levantado minha cabeça e ido embora sem olhar pra trás.
Mas você valia mais do que isso, significava mais do que pensei. Por mais que tivesse engolido meus defeitos, pelo mais que valesse batalhar, com mais sinceridade, carinho e afeto, eu continuo merecendo mais do que vinha disposto a me oferecer. E isso é o de menos.

domingo, 21 de março de 2010

Deficiência

Não consigo compreender essa minha mania de me machucar. Por que magoar o coração, querer somente aquilo que não se pode ter, insistir quando não se tem mais além? Por que não optar pelo mais fácil, apreciar o agradável, gostar de quem gosta de você. Converso todos os dias com a mesma imagem cansada do espelho, com os mesmos questionamentos, idéias e ideais, com as mesmas ladainhas repetidas, vivendo como se fosse pelos olhos de outra pessoa. Não sei o que vão pensar de mim falando tudo isso, mas nesse momento nada disso importa. Não quero passar uma vida fugindo de tudo que me parece bem, cansei da desconfiança que amedronta meu espírito toda vez que sinto que vai ser diferente dessa vez. Continuo tendo provas diariamente que as pessoas são surpreendentes... mas mesmo assim não consigo me entregar. Deve ter alguma coisa errada nisso tudo... só não sei se são os outros.. ou eu mesma!