quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

When I Was Your Man

Hoje acordei remoendo coisas que um dia desesperadamente lutei para apagar da minha cabeça apenas para não ter a possibilidade de voltar a sonhar com um passado até então enterrado. Revirando cada lembrança e pensamentos assombrados, pedi para que não passassem na verdade de um delírio passageiro. Ainda com sono balbuciei uma musica como uma oração, e a cada estrofe brotava o silencio engasgado no peito gelado. Derramei uma lágrima seca que cortou lentamente minha face e a dor do vazio crescente me sufocava como se a náusea de todo esse sentimento crescente só não me deixava inerte a qualquer expressão como preenchia cada pedacinho de mim, extrapolando qualquer barreira do som. Mas nada é mais estranho que esse vácuo que fica na mente. Como se por traz da melodia triste existisse um suspiro de possibilidade, como se ainda houvesse um fio de esperança, como se a cada pausa fosse um sinal de talvez... como se dessa vez tivesse eu invadido seus sonhos. Nunca imaginei que o brotar de uma possibilidade poderia rasgar tanto o coração de alguém. Como se após tanto tempo perdida nessa miscelânea de sentimentos, talvez tenha feito as preces erradas aos anjos, ou talvez seja o acaso me punindo por tantas vezes ignora-lo, ou talvez a sorte tenha colocado tudo a perder, ou talvez eu só tenha sonhado demais.

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