domingo, 3 de maio de 2009

Não me inspira mais...

Não sei por que não consigo sentir nada. Percorri São Paulo inteiro em busca de uma resposta, alguma indiferença, qualquer coisa; e a única coisa que consegui encontrar foi ainda mais duvidas. Sem pensar em nada, só observava o que a vida tinha a me oferecer se aproveitasse ao máximo. Comi até dizer chega, senti o vento no meu rosto, enfrentei alguns medos, cantarolei minha musica favorita, andei pelo centro da cidade, chorei pela morte e pela cegueira, e ri muito bem acompanhada, me identifiquei por ai... mas nada, nada me fez sentir igual. Pensei ter perdido a minha magia, mas o que me incomodava, na verdade, era só a ausência do seu pedestal, que eu ainda cismava em tropeçar.

4 comentários:

Érica Marin disse...

"a falta do seu pedestal, que eu ainda cismava em tropeçar". Belo trecho. E ele talvez explique tudo que te fez ou faz falta, realmente.
Quem sabe um jogo de egos, ou uma utopia. Aquilo que queríamos ou que sonhávamos, mas que acabou.
O problema é aceitar isso. Somos tão estranhos, não acha?

Gabriel disse...

Tenho lido um pouco de filosofia esses dias, nao que tenha entendido muita coisa.
Tem um sujeito chamado Schopenhauer que costumava dizer que a existencia humana oscila entre a dor e o tedio, e essas coisas seriam produto da vontade.

Nao sei pq, lembrei do que ele diz quando li seu texto, talvez pq tenha sentido nele o tedio de que fala o alemao.
Alias, hoje acordei assim. "nada me inspira mais...". Quem sabe 12h eu me empolgue pra almoçar.

Déia disse...

uau!
Que lindo!
é bom quando tomamos consciência de certas coisas,né?
Será que alguem deve ficar num pedestal? Será que não deveríamos estar lá também?

Dani disse...

Vivemos numa procura constante... Ate que, o que procuramos deixa de ser importante... Ai, novamente nao contentes, procuramos por outra coisa... Somos complexos, ne?! Belo texto!